sábado, 27 de junho de 2009

Eu (às 4:02): Olá... Estás acordado?
R.: Agora sim, o que se passa?
Eu: Oh. Desculpa. Volta a dormir.
R.: Ai, não volto nada. Diz lá o que se passa.
Eu: Ontem disseram-me que era pessimista e só ouvia músicas deprimentes...
R.: E não é verdade, miúda?
Eu: Não! Eu só ouço músicas deprimentes porque me ajudam a pensar!
R.: E queres pensar para quê?
Eu: Para decidir o que fazer da vida...
R.: Inês, tu estás onde queres. És quem sempre quiseste ser. Estás a viver o teu sonho! Sim, pode não ser exactamente como achavas, mas é o teu sonho. Aproveita-o! Não desperdices tempo a pensar na vida. Vive-a, miúda! ;)


Porque as pessoas com quem podes falar às 4 da manhã é que contam

(e porque gosto de continuar a ser a miúda)

terça-feira, 23 de junho de 2009

*birra*

São 7 :30 e estou a fazer exercícios de Bioestatística. Ontem fui-me deitar às 4am e às 5:30 ainda não tinha adormecido. Depois sonhei contigo. Estou chateada.


*birra*

Orientação

Acho que tenho a minha bússola avariada. Anda a servir os outros em vez de me servir a mim.

(Raios partam isto tudo.)

domingo, 21 de junho de 2009

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Passeias pela praia. Tentas-te descobrir no meio dos outros. Sempre o fizeste. Procuras a praia de cada vez que precisas de te perceber. O mar ajuda-te a pensar: entras de uma vez só na água, deixas que esta te congele o cérebro na esperança vã de que ao voltar tudo seja claro para ti. Não é. No entanto o sal nos lábios, o cabelo molhado, frio, sobre a pele que o sol vai aquecendo e as conchas e pedras que pisas pelo caminho fazem-te sentir viva. Sempre fizeram. E às vezes é só isso que faz falta. Não hoje. Hoje tens uma decisão para tomar. E queres tomá-la racionalmente.

Algumas coisas sempre foram sagradas para ti. A amizade. O respeito. A lealdade. Sempre as implementaste na tua vida e sempre te guiaste com base nelas. Deixaste escapar algumas (boas) oportunidades por poderes pôr em causa os valores em que acreditavas. Acreditas. (Utiliza no mínimo o tempo correcto enquanto a decisão não estiver tomada!) Deixaste muitas oportunidades escapar por entre os dedos por poderes magoar amigos. Arrependes-te de algumas decisões. Não da maior parte, mas de algumas. Sabes que algumas coisas podiam ter sido muito diferentes, que podia ter sido muito mais fácil. Mas estás aqui. Sobreviveste a tudo e continuas aqui. E se és quem és é porque viveste o que viveste. (E quem és, afinal?)

Sempre defendeste o "lutar até ao fim". Sempre o aconselhaste àqueles que procuravam nos momentos de indecisão e àqueles que não te procurando, te encontravam. Nunca foste de o aplicar. Não no que ao coração diz respeito, de qualquer modo. Deixaste-te viver à deriva durante alguns anos, sem procurar nada de específico e encontrando muito pouco. Não acreditas no amor à primeira vista. Fascínio, sim. Há pessoas que consideraste fascinantes logo na primeira vez que as viste. No entanto, passado pouco tempo o fascínio vai-se desmoronando ao perceberes que não são quem idealizaste. Achas que o amor, tal como a amizade, é algo que se constrói. E é assim que vives. Foi assim que os teus amigos passaram a sê-lo. Os novos, os antigos, todos. Nunca sabes dizer ao certo quando é que começou, mas sabes que foi com o tempo. E é também com o tempo que eles se perdem. Nunca perdeste um amigo dum momento para o outro. Excepto aqueles que a morte levou. Todos os outros foi por terem crescido em direcções opostas, por a vida, destino, o que quer que lhe queiras chamar, ter a isso 'obrigado'. Por isso tudo isto é novo para ti. Não sabes o que hás de fazer. Sabes que a tua decisão vai condicionar a tua relação com algumas das pessoas que te são mais próximas. Por isso queres pensar bem nisso. Pensar bem naquilo que consideras mais importante. Pensar se vale a pena pôr em causa os valores em que acreditas. Amizade, Respeito, Lealdade.

Nunca deste muito valor ao amor. Não é ao amor, é a relações. Achas ridícula a necessidade de viver dependente de outra pessoa, de fazer a vida totalmente a dois, de andar sempre agarrado a alguém. Gostas de independência e de não ter de dar grandes satisfações a ninguém. Por isso valorizas muito mais a amizade. Gostas de viver em grupo. Não há nada que te dê mais prazer do que uma boa gargalhada em grupo. E não tens de dizer nada a ninguém se assim o entenderes. E no entanto, neste momento, anseias por uma. Mais uma razão para não saberes o que fazer. Isto não é uma paixão platónica. Não. O que queres é uma relação. Uma mensagem a dizer bom dia. Uma mensagem a dizer boa noite. Aquilo de que te rias é aquilo que agora queres. Uma relação. Algo que seja real.
Um dia disseste, sem perceber bem o que dizias, que o que separa a amizade do amor é uma linha muito ténue. Pisaste a linha. Trespassaste-a de braços levantados, como se fosses ganhar algum troféu. Ferrugem. Ferrugem, é o que o teu troféu tem. E o seu cheiro entra-te pelas narinas, faz-te pensar na pessoa em que te tornaste. Ferrugem. E no entanto segues em frente. Afastas-te cada vez mais da linha que trespassaste, condicionando com o teu percurso outras linhas. E pensas se será a decisão certa. Não sabes. Continuas sem saber o que fazer, continuas a não querer decidir nada, continuas a querer esconder-te debaixo da cama até tudo passar. Por fim decides-te. Vais deixar o mundo passar. Vais deixar que ele decida por ti, vais deixar que seja ele e o tempo, o destino, a vida, o que quer que seja, a decidir por ti. Depois logo se vê. O resto, logo se vê. Sabes o que sentes, o que de si não é mau. Agora é esperar.
Enrolas-te na toalha, proteges-te do vento que se levantou sem dares por isso. De chinelos na mão percorres a praia até casa. Não estás feliz. Não estás satisfeita com a tua decisão. Mas ela vai ter de servir. Por agora.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Isto não é bom.

(E se por uma vez na vida eu quiser ser egocêntrica?)

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Migração

Há uns tempos li (ou será que ainda foi no tempo em que via televisão?) um artigo sobre a alteração das rotas de migração dos pássaros. Ao que parece, e com as alterações meteorológicas que se têm feito sentir nos últimos anos, os pássaros andam meios 'despassarados' no que diz respeito ao percurso que têm de fazer para evitar o frio mas já se vão adaptando.

É assim que eu me sinto. Estou num ambiente que não é o meu, o aquecimento global começa-se a fazer notar e tenho de antecipar a minha partida de modo a garantir a sobrevivência (quanto mais não seja das capacidades mentais).


A sério, acho que não sou normal.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Sempre trabalhei para obter resultados. Não sou nem nunca fui uma pessoa que 'absorva' conhecimento ou tenha talento nato para algo. Não. Tudo o que obtive na vida foi suado. Foi resultado do meu trabalho. E os resultados (quase) sempre chegaram. Em algumas alturas pensei desistir por não ver resultados imediatos (e trabalhar em vão custa!), mas nunca o fiz. Sou pessoa de lutar até ao fim, seja pelo que for. Não sou pessoa de desistir.

Porém, às vezes esqueço-me disso. Esqueço-me que, não importa o que dizem, não desisto; que quando quero algo consigo-o não à custa do suor dos outros mas à custa do meu próprio suor. E desta vez suei, oh se suei. Por isso vou conseguir.

Tenho dito.

sábado, 13 de junho de 2009

Invado um espaço que é teu. Faço-o para tentar compreender quem és, tentar perceber o que pensas e porque o pensas. Consigo imaginar-te aqui. Consigo ver-te ali sentado, a olhar o nada. Ou o infinito. (E não são eles a mesma coisa?) Consigo perceber o teu cheiro. Aquele cheiro que não é de perfume nenhum em particular, apenas o cheiro a lavado, o cheiro a banho acabado de tomar e barba acabada de fazer. Consigo ver-te mas não consigo entrar em ti. És demasiado complexo. Queria conseguir perceber-te para saber o que dizer quando subitamente paras e ficas a olhar o nada. Ou o infinito. O que vês, nessas altura? O passado? O futuro?

Passaste por muito, creio. Não falas sobre isso, nunca falas sobre isso. Fechaste as más recordações com sete chaves num armário. Pensas que assim é melhor. Mas volta e meia elas assombram-te. Saem do armário sem se saber como ou porquê e transformam-te. Deixas de ser tu. Posso-te ajudar? Dá-me as chaves desse armário escondido no fundo de ti. Dá-me as chaves e deixa-me olhar para o que guardas ao fim de todos estes anos. Vamos falar sobre as coisas. (Como odeias a palavra 'coisa'...) Vamos mostrar aos fantasmas que não tens medo deles. Deixa-me agarrar-te a mão enquanto mostras quão forte és (Porque és!) e queimas esse armário maldito. Não são as más recordações que deves guardar, amigo, mas as boas. Aquelas que te fazem mostrar o teu sorriso, aquele contagiante.

Uma criança ri, descontroladamente. Serás tu, vindo do passado, a rir para me mostrar que não foi tudo mau? Gostava de conhecer o 'tu' pequenino. O pirralho reguila que fazia birra no meio da rua e sonhava com o metro no fim do mundo. Por vezes mostras um bocadinho dele. Uma gargalhada mais pronunciada, um olhar mais atrevido. O tu pequenino. Nessas alturas o mundo pára. Pára para seres feliz durante mais um pedaço, pára para que vejas que nem tudo é mau. Para veres que o mundo não é preto e branco e tu não tens de estar encostado à parede com ar de desilusão. Deixa-me dar-te a mão e ajudar-te a levantar. Deixa-me ajudar-te a ser feliz.

quinta-feira, 11 de junho de 2009


"E não me perguntes nada.
Eu não sei dizer."

Silence4

A verdade é que não sei o que isto é. Preciso de sentir que estou viva. Que não deixei de existir há nove meses. E por isso não percebo se isto é fruto dessa necessidade ou se é algo mais. Tento perceber o que me vai na cabeça, mas não passa de uma mistura de factos e conhecimento que nunca me vai servir de nada. Não consigo perceber os sentimentos. Sei que lá estão mas não sei o que são. Quero saber o que sinto, quero voltar a conhecer-me, a saber quem sou, porra! Quero saber quem és, saber se sou diferente quando estou contigo. Se sou melhor. Quero saber. Saber algo que não Anatomia, Histologia, Fisiologia, Biologia e todas as outras 'ias' que sou obrigada a compreender.

(Quero saber como varia o meu ritmo cardíaco quando me abraças...)

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Apetece-me esconder debaixo da cama como fazia quando tinha 5 anos e trovejava.

domingo, 7 de junho de 2009

The state of your life



"A vida não passa de um mero equilíbrio entre o óptimo e o horrível. (...) quando se desce pica-se num prego que nos faz subir até lá cima, bem acima. Quanto mais forte é a picada, mais forte é a força com que subimos."

Pedro Santos, Inside the Clocks

sábado, 6 de junho de 2009

(Re)Começo.

Um ano e quase 9 meses depois encontro um novo espacinho para mim neste pequeno grande mundo. Porque regresso? Na verdade não sei. Talvez por ter, no último mês, conhecido meia dúzia de blogs extraordinários. Ou por estar outra vez a precisar de perceber quem sou. Ou pura e simplesmente porque sim. Pensei recomeçar o Dreaming in Sepia, mas a verdade é que, apesar de não saber muito bem quem sou, sei que não sou a mesma pessoa que escreveu aquele blog durante 2 anos. Recomeço, por isso, aqui, neste novo cantinho.

Até breve.